ISBN para autores independentes [Guia prático e descomplicado]

By | 08 janeiro

É totalmente comum e natural  para todo autor que está preparando o lançamento de seu livro independente se deparar com aqueles códigos de barras nas contra capas de outros livros e pensar: Meus Deus, que merda é essa?

Você pesquisa um pouco e descobre que aquela linguagem quase alienígena chama-se ISBN. Porém é tanto blá blá blá técnico e complicado jogados web afora que você termina a leitura sem entender muita coisa além do significado da sigla I-S-B-N.

E para piorar, para onde você se vira, todos são unânimes em dizer: “Seu livro tem que ter ISBN!”. Vixe. Você chega a ter pesadelos com aqueles malditos números.

Foi pensando nisso que nós criamos esse guia totalmente descomplicado, focado na parte prática e direta da coisa, afinal, você não quer abrir uma editora ou um escritório. Você só quer publicar seu livro independente e ser feliz, não é?

Então, continue lendo esse artigo para entender de vez o que é e para quê serve o tal do ISBN.

Entendendo o Bicho do código de Barras.


O que é ISBN?

O ISBN (International  Standard Book Number) nada mais é do que um número que serve para identificar e catalogar seu livro. Esse sistema foi criado em meados de 1967, mas passou a ser amplamente usado por comerciantes de livros e bibliotecas do mundo todo em 1972 depois que a International Organization Of Standardigation a oficializou como norma padrão internacional: A ISO 2108.1972.

Quem controla e coordena o ISBN no mundo todo é a Agencia Internacional de ISBN, como sede em Berlim, Alemanha. É ela quem oriente e delega poderes as agências nacionais designadas em cada país. Aqui no Brasil a encarregada de atribuir o número de identificação á livros é a Fundação Biblioteca Nacional desde 1978.

Esse número é geralmente encontrado na parte inferior da contra capa, antecedido pela sigla ISBN, junto com o código de barras e na primeira página junto com os dados referentes aos direitos do autor.

A anatomia do ISBN é composta de 13 dígitos. Já foi apenas 10, mas isso mudou à partir de 2007. Esses 13 dígitos são divididos em 5 grupos que aparecem geralmente separados por hífen. São eles:

  • 1º - parte: Prefixo bookland – formado por três numero, no caso 978, nos permite saber que tratamos de uma edição tipo livro.

  • 2º parte: Group Country Identifier – diz respeito ao país de origem do livro.

  • 3º parte: Publisher Identifier – diz respeito ao código identificador do(a) editor(a) do livro.

  • 4º parte: Title Identifier – diz respeito ao título do livro.

  • 5º parte: Check Digit – Código de identificação.

Para quê serve, afinal?

O ISBN serve para uma penca de coisas, porém a mais interessante de você saber é que serve como uma “impressão digital” para o seu livro, identificando-o por título, autor, país e editora, não se repetindo jamais em outro livro ou edição.

Além disso, é baseado nesse número que é gerado aqueles “malditos” códigos de barras. Esses podem ser lidos por softwares de leitura e identificação. Isso significa que se, por exemplo, algum livreiro se interessar pelo seu livro, poderá usá-lo para acessar alguma base de dados bibliográficos, localizar o editor e assim fazer os pedidos da publicação para a revenda (nada mal, ein?).

O código de barra serve para que seu livro possa ser inserido no catálogo de alguma loja ou livraria, assim bastará alguém passar aquele leitorzinho infravermelho no código e aparecerá logo quem é o autor, editora, preço e etc. Isso sem falar que sem um código de barras, livraria alguma aceita comercializar um livro.

Como essa impressão de digital, seu livro fica com cara única, pois seu numero é único. Cada tipo de edição ganha seu número, ou seja, o mesmo livro em versão impressa e ebook tem números diferentes.

Quem pode fazer?

Qualquer um que tenha registro de editor junto a Agência Nacional de ISBN podendo ele ser de pessoa física ou jurídica. A diferença entre esses dois tipos é simples. Se você quer editar apenas seu livro independente, opte pelo registro de pessoa física. Mas se sua pretensão é editar livros de terceiros, ai o registro de pessoa jurídica é o indicado. Sacou?

O Cadastro como editor é muito simples e pode ser feito direto na página da Agência Nacional de ISBN.

Onde fazer e quanto custa?

A solicitação pode ser feita por meio de formulário direto no Site da Agencia Nacional de ISBN. Lá você fica sabendo de tudo que é necessário para dar entrada no pedido. O preço da solicitação do número de ISBN é de apenas 18 reais, porém custa um pouco mais caro da primeira vez se junto você precisar pagar a taxa de inscrição como editor. A taxa para inscrição como editor pessoa física é um pouco mais salgada: 255 pilas. Mas relaxa o coração porque dessa edição em diante ficará mais barato sem a taxa de editor. Ou seja, depois de cadastrado como editor, você apenas pagará os números de ISBN de seus futuros livros.

Editoras pagas e prestadoras de serviços costumam já incluir a taxa de solicitação de ISBN junto no custo da publicação. Essa opção costuma ser a mais usada pelos que  não querem passar pelo processo para se cadastrar como editor.

Confira a tabela oficial de preços.

Como consultar?

A consulta do ISBN de uma publicação pode ser feita direto no site da Agencia Nacional de ISBN.


ISBN VS. Registro de direitos Autorais.

Muita gente confunde o registro de uma obra autoral na Biblioteca Nacional (o EDA: Escritório de Direitos Autorais) como o registro de ISBN. Vamos aprender a diferença para não sair por ai falando besteira com a galerinha?

Registro de Direitos Autorais: Quando você terminar o livro (mas terminar mesmo, tipo, começo, meio e fim!) e pensar, preciso impedir que algum espertinho roube essa minha ideia genial. Ai que entra o Registro de Direitos Autorais, que você vai solicitar entrando no site da Biblioteca Nacional. Ele garante para todos os fins que é você o autor legítimo de sua obra. Ai você poderá, por exemplo,  postar no Wattpad sem medo (já que tem uma galerinha lá que copia mais rápido que o Ninja kakashi em Naruto).Breve solto um artigo mais detalhado só sobre isso, blz?

Registro de ISBN: Ele entra já na parte pre-publicação, geralmente por uma editora. Esta vai entrar em contato com a Agência Nacional de ISBN para solicitar o registro numérico que serve para tudo isso que já expliquei no artigo.

Mas, eu preciso mesmo dele?


A discussão em torno disso na web é sempre intensa.  Muitas autores independentes acham primordial o uso, enquanto outros afirmam de boca cheia que isso não passa de mera formalidade e que eles podem passar muito bem sem isso.

Já a minha humilde opinião é para que você largue mão de ser preguiçoso e faça a “parada” como deve ser feita!

Além do aspecto profissional que o ISBN atribui à sua obra, ele quebra barreiras para a mesma. Como já dito acima, a adição do ISBN permite eu você insira seu livro no catálogo de lojas e livrarias permitindo a você encontrar novas maneiras de comercializar seu trabalho.

Então, para simplificar e finalizar: se, se tornar um escritor profissional que encara seu trabalho como o produto ( que ele é) e está disposto a criar sempre as melhores formas de levar sua escrita até o leitor, o ISBN é sim muito necessário e você precisa dele.

Mas, se você encara o que faz como mero hobby, pode muito bem passar sem. Simples assim.

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