#Resenha | O Beijo da Morte - Sob a luz das galáxias, de Judie Castilho.

By | 18 janeiro

Ei! Vamos acordar pessoal. 2017 já começou e está mais que na hora de termos nossa primeira resenha do ano.

A “vítima” foi o livro O Beijo da Morte, primeiro da série Sob a Luz das Galáxias da autora Judie Castilho, que está saindo pela Editora Chiado.

Antes de mais nada, acho bom ressaltar que sei bem que não sou o publico alvo dessa publicação. Por tanto, tentarei pautar possíveis críticas sobre esse “pretexto” ok? Vamos lá.

O livro é um romance com pitada de Sci-Fi que se passa em um cenário intergaláctico entre planetas e viagens espaciais. Logo de cara percebemos que o conflito que move boa parte da trama é um velho conhecido: o amor impossível.

Mas, vamos por partes.

O livro narra a vida de Haysla, junto à sua amiga Violyt, iniciando uma nova fase em suas vidas. Depois de passarem muitos anos na Terra, enfim chegou o dia pelo qual elas tanto esperaram. Elas estão completando 17 anos e ingressando na Academia Frantila, a escola mais prestigiada e disputada do universo.

Tudo parece ir bem. Oorém, ao se deparar com Benjamim, um professor mais velho, e de outra raça, Haysla descobre um amor intenso, porém impossível de ser vivido, já que a raça a qual Benjamim pertence possui um venero que a de Haysla não tolera. Então, fica claro que um único beijo seria o suficiente para mata-la.

No livro somos apresentados a trama tendo foco nas duas amigas, mais precisamente em Haysla. E quando ela “esbarra” no tal professor bonitão, eu pensei “vixe, lá vem romance água com açúcar". Contudo, a autora coloca mais que isso em sua trama. Como pano de fundo ao que parecia não passar de um simples caso de amor impossível, somos também apresentados a intrigas intergalácticas onde os dezesseis planetas aliados que formam a União Universal (a Uni Uni) enfrentam a eminência de uma guerra com os planetas não aliados.

De cara o que mais me chamou a atenção foi o esforço da autora para estruturar seu universo. A Academia Frantila, palco de grande parte do desenrolar da história possui sistemas e métricas bem interessantes para separar os alunos de diversas raças e planetas diferentes. Tais raças também foram bem trabalhadas, dando variedade às suas habilidades físicas e mentais, forçando nossa imaginação a desenhar cada vez que um novo ser extraordinário era apresentado.

Contudo, ainda senti falta de certa diferenciação das espécies nas questões físicas. Nada mais que um tom diferente de pele, cabelos ou olhos era responsável por distinguir tais raças. Quero dizer, sem essa diferenciação de formas e espécies, a trama poderia muito bem se passar na terra que não faria a menor diferença.

A autora tem boas sacadas, como por exemplo explicar a diversidade terrestre atribuindo nossas diferentes cores de pele à diferentes povos alienígenas que colonizaram diferentes partes do globo, trazendo consigo conceitos de religião e comportamento que usamos até hoje.

Porém a parte da ambientação peca um pouco. Não senti segurança nas descrições, principalmente no contexto intergaláctico que a historia se insere. Quando se via uma nave, era apenas uma nave, e nada mais. Talvez a autora quisesse apenas focar no romance e em como os fatos principais da trama se desenrolavam por trás. Mas, continuo achando que descrever uma trama no espaço sem fazer nossa mente viajar por descrições fantásticas de tecnologias desconhecidas é meio frustrante. Mas, isso é detalhe que só um chato (leitor de ficção cientifica das antigas) como eu percebe, já que outros aspectos que permeiam a obra dão uma boa cobertura.

A narrativa segue um tempo bem adequado, principalmente tratando do amor que Haysla vai desenvolvendo por Benjamim ao longo das páginas e como isso se torna de vital importância para o desfecho do livro. Claro que existem alguns detalhes que me incomodaram, como o fato da melhor amiga, Violyt, ser uma personagem mal aproveitada e o fato do pai de Haysla ser o presidente do universo e ser tratado por todos como um “amigo de bar” me pareceu algo meio “fora do esquadro”.

Os diálogos são aquela parte em que uso “não sou o publico desse livro” como pretexto. São todos muito bem escritos, mas tratam quase sempre de relacionamento e carregam muitas vezes a impulsividade adolescente que tão bem serve ao gênero. O publico feminino adorou, e o mérito é merecido. Mas como eu disse, não sou o publico alvo da obra. Não por ser homem, e sim por ser um tipo diferente de leitor.

Mas, no geral, fiquei feliz em ver como a autora consegue mesclar a sutileza de relacionamentos jovens com a grandeza de uma trama cheia de conspiração entre planetas. O livro cumpre bem o seu papel que é de entreter e abrir caminho para as continuações.

Judie Castilho estreia mostrando que tem fôlego para levar o leitor por mais de quatrocentas páginas sem ser maçante, e imaginação para dar forma a um universo tão fantástico e diverso. Se você gosta de um bom romance, e de quebra uma ficção cientifica leve, esse livro é para você. Recomendado.

Eai, interessou?  Então você pode adquirir os exemplares pela Amazon, ou no site da Editora Chiado.

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Dados da obra
Autor: Judie Castilho
Data de publicação: Outubro de 2016
Número de páginas: 478
ISBN: 978-989-51-9659-3
Colecção: Viagens na Ficção
Género: Romance
Idioma: Pt
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