5 fatores decisivos que os Best-sellers possuem e que você precisa inserir em seu livro

By | 06 junho
Fazer rir ou chorar. Conseguir emocionar alguém com as palavras.

Narrar sagas épicas, mistérios escabrosos ou amores impossíveis. Enfim, contar uma boa história. Esse é — ou deveria ser — o objetivo principal de quem se propõe a escrever um livro.

No entanto, o que poucos sabem é que como uma casa, uma boa história deve estar apoiada em fortes pilares para que não desabe e que não desabe e perca-se todo o trabalho duro que foi para construí-la. Sua história corre o mesmo risco de “desmoronar” caso não cative e prenda o leitor. Isso acontece caso seu trabalho não esteja sustentado por uma base sólida.

Harry PotterSenhor Dos AnéisGame Of Trones; são livros de estilos e histórias diferentes, mas com algo comum, construídos sobre os cinco fundamentos da Ficção.

Você sabe quais são os alicerces fundamentais que esses best-sellers usam e que sustentam uma história bem escrita?

Então continue lendo esse artigo para aprender os cinco alicerces da ficção e como usá-los para deixar sua história irresistível.

AUTOR INSTINTIVO


Quando terminei de escrever meu primeiro livro, em meados de 2012, eu poderia me chamar de autor instintivo. É necessário falar sobre esse tipo autor antes de chegar nos fundamentos da ficção.

Mas o que porra seria um autor instintivo?

Autor instintivo, como o nome já fala, é aquele que escreve por instinto. Como um salmão que retorna ao seu lugar de nascimento depois de anos; ele não sabe como faz, apenas faz.

O autor instintivo não lê ou estuda nada sobre o ofício da escrita e baseia seu trabalho nas poucas coisas que já leu na vida; alguns por ignorância, outros por puro ego mesmo.

Acredite em mim, jovem, isso não é nada bom, pois prende o bendito a vícios de linguagens e estilo que ele absorveu das coisas que já leu. Sem estudar os fundamentos, no máximo você se tornaria um ótimo imitador, um Stephen King ou um Tolkien do Paraguai, e nunca com uma voz própria.

Claro que existem os gênios natos, que tem a escrita saltando das veias, sem nunca ter lido nada a respeito. Se você é um desses, pode desconsiderar esse artigo.

Muitos dos que se aventuram na escrita, principalmente nos grupos de escritores do Facebook e Wattpad, apresentam os aspectos principais do autor instintivo. São eles:

  • Falta de curiosidade sobre o ofício da escrita


  • Preguiça cultural (preguiça de ler mesmo)


  • Desorientação em seu próprio trabalho (não saber o que está fazendo e se perder antes de começar de fato a escrever)


A escrita é um ofício, e como tal exige estudo e melhoria para qualificação. Um médico que opera apenas baseado em um filme ou série de medicina que viu não poderia trabalhar, então, porque um autor que escreve apenas baseado em instinto poderia escrever? Escrever até pode, já escrever bem, aí é outra história, meu querido(a).

Apenas depois que publiquei Bella café – A Morte e as damas da noite (leia no wattpad) foi que me veio a curiosidade de esmiuçar melhor o ato de se contar boas histórias.

Foi em uma de minhas pesquisas na Web que topei com o livro Writing Fiction for Dummies (de Randy Ingermanson e Peter Economy) e conheci os pilares que sustentam uma boa história.

É bom frisar que o resultado do meu livro me deixou feliz, mas sei que contar com a sorte para escrever algo bom não deve fazer parte do currículo de um escritor. Começar conhecendo os cinco fundamentos de uma boa história, deu o pontapé — na minha bunda mesmo — que eu precisava para buscar estudar mais e melhorar na minha escrita.

Resumindo: larga de ser preguiçoso(a) e estude, porque só o que autor instintivo consegue na vida é ficar enchendo linguiça em rede social.

OS CINCO FUNDAMENTOS


É bom lembrar que escrever uma história boa não é uma receita de bolo, por tanto, nada assegura o sucesso da mesma. Porém, as histórias que estão fortificadas em cima desses cinco alicerces têm muito mais chances de agradar leitores e se tornar um sucesso. São eles:

CENÁRIO: Onde se passa sua história? Quais as características desse lugar, suas regras, suas peculiaridades. Isso é o cenário, o pano de fundo que pode ser muito ou até mais importante que os personagens que o permeiam. Uma descrição palpável de um cenário, seja ele fantástico ou não, é sem dúvida um dos pontos principais na criação de uma boa história, pois situa e, dependendo do escritor, captura a imaginação do leitor com maior facilidade. De Senhor dos Anéis à Harry Potter. De Duna à Blade Runner, todos sabem bem disso.

Para criar cenários fantásticos, você não precisa ir muito longe. Observe o mundo que o rodeira, ele é vasto, maravilhoso e interessante. Leia sobre culturas exóticas, estude sobre costumes interessantes, pesquise sobre guerras e política de outras nações. Uma hora a inspiração aparecerá.

PERSONAGEM: Segundo o livro Manual do Roteirista, de Syd Field “Drama é conflito. Personagem é ação!”. E se personagem é ação, simplesmente não existe uma história a ser contada sem eles.

Um personagem é a catraca que faz a engrenagem de sua trama funcionar. Ele tem que ser bom, tem que ter camadas, complexidade. A criação de personagens que convidem a mente do autor à reflexão, que cative, que gere amor ou ódio, que crie identificação com o que o leitor tem dentro de si, é fundamental na escrita de uma boa história. Se sua intenção é criar uma narrativa que marque como ferro em brasa, desenvolver bons personagens é um passo gigante nessa direção.

Em Decrépitos, de Fábio Mourajh, o protagonista é Loan, um garoto de uma raça alterada geneticamente. Sua vida tem uma reviravolta quando ele é resgatado por outros de sua espécie da pobreza e miséria onde vivia. Mesmo em outra cidade, tendo tudo que nunca teve na vida, o medo e o ódio que carrega dentro de si pelos anos de sofrimento, violência e trauma que viveu o impendem de progredir. Viu como o conflito interno torna personagem mais interessante?

TRAMA: Nos mais belos tecidos, existe para quem olhar melhor, uma trama de finos fios responsáveis por formar as cores e figuras. Com o ofício de contar histórias não é diferente. A trama é o que está por trás de sua história. É todo o emaranhando de informações, acontecimentos e ações que faz sua narrativa andar e chegar ao ponto que você — e o leitor — desejam. Gosto de pensar que ser escritor é meio que ser artesão das palavras. Então, trabalhe sua trama, comande-a e saiba guiá-la pelo caminho certo: o coração de seus leitores.

Se posso dar alguma dica, é: leia bons romances policiais. O gênero tem muito a ensinar sobre como construir tramas fodas.

TEMA: uma história que não fala sobre nada, que não tem uma mensagem embutida, não é uma historia, é só um aglomerado de coisas acontecendo. O papel do tema é ser a pedra fundamental sobre qual sua narrativa começa a ser construída. Pare e pense: Sobre o que é sua história? Qual o seu tema? Amor impossível? Corrupção? Tráfico de pessoas, ou de Elfos?

Geralmente, uma história nasce de uma ideia relacionada a um tema, podendo ser algo atual, como um escândalo político visto na TV, ou algo antigo, como o preconceito contra os negros no país e no mundo. É com este tema que o autor tem a chance de dizer o que pensa, colocar a sua opinião embutida de forma sutil ou escancaradamente, no desenrolar da trama O tema certo, em um momento certo, pode ser meio caminho andado para uma história bem-sucedida. Escolher bem seu tema é escolher o foco que sua história toma. Escolha um bom tema e mande brasa.

ESTILO: Estilo é a maneira como o escritor manipula a linguagem escrita para contar sua história e chegar a um resultado desejado. Isso significa que estilo está ligado a forma como o autor usa técnicas e outros artifícios da língua para alcançar um melhor resultado estético.

Pode ser o uso de palavras de impacto, expressões muito rebuscadas, parágrafos longos ou curtos de demais, uso de advérbios, manuseio de metáfora e etc. Esse são alguns dos muitos aspectos que formam o que chamamos de estilo.

Mas, não se pode confundir estilo próprio com estilo de época.

Como já dito acima, estilo próprio é tudo aquilo que identifica o autor em sua forma de escrever e contar historias, dando a ele individualidade.

Já estilo de época tem a ver com uma série de procedimentos estéticos que de cara já caracterizam determinado período histórico por terem sido repetidos de forma constante por uma geração ou mais de autores.

Assim, quando falamos de estilo próprio, podemos falar do estilo de Machado de Assis, de Tolkien ou Draccon. E quando falamos de estilo de época podemos falar de Romantismo, arcadismo e etc.

Sendo assim, pode-se dizer que estilo é a impressão digital — em palavras — do escritor. Então, crie, escreva, apague e rescreva. Trabalhe duro até achar seu estilo, pois é ele que diz ao seu leitor (e fã) que aquele livro é seu, e que vale a pena ser lido.

FINALIZANDO


Escrever é um ofício que pode tirar bons frutos do instinto do autor, mas acredite quando digo, boa parte é estudo e prática.

Então, não se engane achando que só porque você aprendeu esses cinco fundamentos já pode deitar na rede e relaxar. Isso é só o começo. Ainda usando a analogia de uma casa, esses cinco pontos são a fundação sólida, mas ainda faltam paredes, teto e acabamento. Ou seja, você ainda tem muito o que estudar e ler (de preferência aqui no blog!).

Como exercício você pode reler seus livros favoritos e observar como os grandes mestres aplicam esses cinco fundamentos em suas histórias e aprender muito com isso.

Então, esse artigo lhe foi útil? Então que tal compartilhar e ajudar mais escritores com ele? Não esquece de deixar aquele comentário, pois como sempre digo, sua opinião é a melhor parte do nosso trabalho.



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